Dia 24 de Maio, celebra-se o Dia Europeu de Parques Naturais (EUROPARC Federation). Por forma a assinalar este dia, preparei uma colecção de trabalhos, alguns mais antigos, outros mais recentes mas nunca antes publicados, ora fotografias no campo artístico ou mais documental, sendo que todas realizadas no Parque Natural onde desenvolvo mais actividade: Sintra-Cascais. Mais concretamente, o Cabo da Roca. Os motivos: as cascatas, granito e líquenes, arribas, grutas, Pôr-do-Sol e Pôr-da-Lua, crepúsculos da madrugada e da tarde, a flora marinha e as cores da Primavera.

Em 2009, escrevi sobre o Cabo da Roca:
«O Cabo da Roca tem a importância geográfica e o misticismo que lhe é inerente do inevitavelmente sempre citado local mais ocidental do Continente Europeu.
Quanto mais conheço desta área costeira, mais vontade tenho de lá voltar e fotografar, procurar melhor luz, estudar o assunto e ligar-me a essa Natureza, essa outra realidade costeira e selvagem.
A orla costeira está sempre a mudar, seja o ciclo natural dos seres vivos ao longo do ano, ou a quantidade de areia deslocada nas praias e enseadas, ou os calhaus rolados nas zonas de marés que se arrastam à força da água e modelam as baías. O Cabo da Roca nunca pára de me surpreender. Já o havia citado o Autor Português J. Romão, no livro fotográfico editado em 1998 sobre o local. As possibilidades fotográficas são inesgotáveis.
Mas os verdadeiros segredos deste litoral são conhecidos por quem nestes trilhos e rochas há mais anos caminha e permanece. Pescadores de elite, aventureiros fortemente ligados ao mar. Eles nomeiam locais sem nome, rochas e pesqueiros. Sobem por escadas de corda cravadas em rochedos e arribas, descem essas arribas imponentes com o auxílio de cordas com o perigo iminente de não haver uma segunda oportunidade. Desafiam as falésias com destino a locais que parecem acessíveis apenas na imaginação do Homem.
Fotografar no Cabo da Roca é um projecto nunca acabado. É um local com forte magnetismo que nos impele pela sua força – de passagem para o Atlântico – pela grandeza e aspereza das arribas e rochedos magníficos e biodiversidade que nelas habitam. É um local mágico».
Passados 2 anos, o que mudou para além da persistência, foi a procura de ainda mais, a procura de novas composições e novos desafios, novas interpretações. Este local continua a exercer sobre mim uma busca continuada na fotografia. Quanto mais se aprende sobre ele, mais se verifica que ainda muito há a fazer – numa dimensão de fotografia apenas proporcional à criatividade.
Fica o álbum:
(Adobe Flash Player necessário)
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“The European Day of Parks was launched by the EUROPARC Federation with the aim of raising the profile of Europe’s protected areas and generating public support for their aims and work“.